segunda-feira, 21 de junho de 2010

Magia.




E dizer o que desses seres que nos desarmam com um só olhar?
Que sabem o que pensamos antes mesmo que articulemos em palavras, que nos vêem belos quando estamos um trapo!
Donos dos abraços mais aconchegantes, dos sorrisos mais encorajadores...do carinho que nos faz dormir melhor.
E como é duro desapontá-los...como o balançar da cabeça em sinal de reprovação enlaça nossas gargantas num nó de marinheiro. Quando nos cabe apenas ouvir aquela que será a bronca mais amarga e mais verdadeira, talvez a única que iremos considerar até finalmente assumirmos o erro e desabarmos!
É perturbante pensar na grandiosidade dessa ligação, como um ser nascido em outro lugar, outro bairro, outra cidade...em outra época, outra criação, talvez até outra cultura e ouso dizer espécie, de repente cai em nossas vidas, como que por encanto de fada madrinha e simplesmente nos ama.
Linda troca essa!
Pais, irmãos, amigos, família, gato , cachorro, periquito, papagaio...resumamos: Amores!

Primeiro confronto...

Veio caminhando em minha direção, os sapatinhos de um veludo roxo, a cabeça ligeiramente erguida apesar de não olhar-me nos olhos, as bochechas coradas denunciavam-lhe a vontade de fugir, quando secretamente (até pra si mesma) queria mesmo era chegar mais perto...Algumas notas nas mãos, forçou-se a olhar pra dentro pedindo trocados. Sorri, achei engraçado tamanho desconforto, tentei uma brincadeira...uma provocaçãozinha, fui paga com uma resposta mal criada! E então...lá estava ele: Era um sorriso, ainda que de deboche, era um sorriso!!! É fato que logo em seguida ergueu um sobrancelha como quem me mandava devolta ao meu lugar. Espontâneamente devolvi um riso dos mais sinceros, com um quê de satisfação. Rá! Desarmei-a.
Virou-se fazendo os cabelos dançarem, caminhou pra longe levando nossos trocados, desta vez os passos eram mais confiantes.